Roteiro do
Alqueva
171 km, 3 horas 8 min
N256 e IP2
Iniciamos
o percurso em Portel,
uma das vilas que mais se desenvolveu nos últimos
anos na região devido à sua localização privilegiada perto da barragem de Alqueva
e pelos bons acessos rodoviários.
Partindo
de Portel seguimos em direcção à Amieira Marina. A Marina da Amieira é o local
de onde partem os cruzeiros pelo Alqueva, tem também barcos casa para alugar e
que qualquer pessoa pode pilotar mesmo sem carta de marinheiro. Uma forma
diferente de ficar alojado na região. Passando depois em caminho pela aldeia de Alqueva que deu o nome à barragem, onde vemos a Igreja Matriz
caiada de branco e azul, cores típicas do Alentejo.
Seguimos
depois em direcção à barragem. Uma vez chegados
verificamos que a barragem é enorme, elevando-se a cerca de 100 metros de
altitude, impressiona pela sua dimensão e pela quantidade de água que sustêm.
Este projecto que ficou no papel dezenas de anos, era quase um mito no
Alentejo, um sinónimo de futuro desenvolvimento, um sonho que entretanto se
realizou...
Deixamos a barragem e seguimos para Moura. Visitamos o Jardim, e ao longe conseguimos vislumbrar
o paredão da barragem do Alqueva. Não podemos deixar de reparar que em Moura a
água é abundante com várias fontes espalhadas pela cidade sendo o local de
origem da conhecida água do Castelo. Junto ao jardim fica a Igreja de São João
Batista e bem perto existe uma entrada para o Castelo pela rua do Arco que pode
visitar.
Metemo-nos
à estrada e passamos pela Póvoa de São Miguel, paramos por breves instantes
para observar a Igreja Matriz e algumas chaminés das casas em estilo mourisco.
Seguimos
até à Aldeia
da Estrela, um local que com a barragem de Alqueva se transformou numa península, com água em toda a sua
volta excepto a estrada que liga à aldeia.
Esta
nova aldeia construída para alojar os habitantes da antiga luz é uma
aldeia com um aspecto que nos faz lembrar em certa medida o cenário de um
filme, com as casas muito homogéneas e parecidas, fruto da forma como foi
construída. Na aldeia há um museu com imagens e vestígios da antiga aldeia que
pode visitar.
Implantado
num ponto altaneiro e fronteiriço, o castelo de Mourão conheceu, ao longo dos
tempos, as investidas de forças inimigas que levaram por diversas vezes à sua
reconstrução e redimensionamento. O castelo é composto por uma muralha
medieval, que combina pedras de xisto, mármore e granito, reforçada por seis
torres. No castelo está integrada a igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeia
edificada no séc. XVII.
Seguimos viagem e avistamos a vila acastelada de Monsaraz que sobressai acima da planície alentejana. É uma vista
muito bonita digna de um registo fotográfico. Passamos por Telheiro, uma
pequena aldeia no sopé da elevação
em que Monsaraz se ergue, e paramos uns minutos para observar a fonte
construída em 1723.
Subimos então até Monsaraz onde a vista nos
deslumbra. Estacionamos à entrada da vila, num pequeno parque de
estacionamento, já que a entrada de carro na vila está reservada a moradores. A
vista é magnífica e avistamos a albufeira do Alqueva, várias povoações e ao
longe Espanha.
Entramos em Monsaraz pela porta da Vila. O chão
é de xisto, as casas caiadas de branco e iniciamos a nossa visita. Viramos na
primeira rua a esquerda e encontramos várias lojas de artesanato local.
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Seguimos
pela rua empedrada de onde podemos observar a Porta da Cisterna e seguimos até
ao centro da vila, onde encontramos o Pelourinho e a Igreja Matriz de Santa
Maria da Lagoa cuja construção actual data do século XVI.
Ao lado
da Igreja fica o edifício dos Paços da Audiência, que é o mais antigo
imóvel dedicado a funções públicas. Funciona hoje como o Museu de Arte Sacra de
Monsaraz.
Continuamos até ao castelo e subimos por umas
escadas de ferro até ao cimo da muralha junto à torre de menagem. Chegados lá
acima deparamo-nos com a praça de toiros, cercada por muralhas, e uma vista
deslumbrante em todas as direcções. É difícil parar de olhar para a vista que
se estende até ao infinito e nos transmite uma sensação de enorme
tranquilidade.
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De volta seguimos por outra rua do lado poente.
Entre as casas e as ruas estreitas e íngremes, não podemos deixar de pensar
como teria sido a vida aqui há muitos anos atrás quando os Cristãos tomaram
Monsaraz aos Mouros.O ambiente faz-nos, por breves momentos, esquecer que
estamos no século XXI, e sentimos algo de místico enquanto percorremos a vila.
Mas o nosso percurso vai ser longo e voltamos ao carro para continuar viagem.
Voltamos
à estrada em direcção a Reguengos de Monsaraz e fazemos um pequeno desvio logo
na primeira rotunda para visitarmos a rocha dos namorados.
Esta
rocha está associada a um ritual pagão de fertilidade onde as raparigas
solteiras a consultam para saber quanto tempo falta para se casarem. Para isso
atiram uma pedra para cima da rocha e caso esta caia ao chão significa que têm
que esperar mais um ano pelo casamento.
Voltamos finalmente a Portel, cansados, mas com vontade de conhecer mais, quem sabe noutro dia?